Construção arquitetônica que fica situada no centro cerimonial (a “lua” ou praça ritual, constituída como uma elipse com dois fogos), o mungnie é uma cabana coberta com um teto de duas águas e sem parede. Trata-se simultaneamente de um atelier de artesanato – por ser mais iluminado que a casa de habitação –, uma sala de ensaio para os preparativos cerimoniais, um local onde amigos podem beber e comer fora do grupo doméstico e, por fim, o “arsenal” onde alguns confeccionam, sob um estrito tabu, a fabricação do “otxilat”, peça plumária de cabeça que identifica o guerreiro. O mungnie não é uma casa exclusiva de homens, como no modelo alto-xinguano, pois as mulheres geralmente têm acesso ao local.